terça-feira, 2 de junho de 2009

João e Maria

Este conto de fadas trata de uma pobre família em que os pais não tinham condições de alimentar seus filhos, segundo seus próprios relatos. Essa descrição vem acompanhada de uma situação bastante desagradável: os pais, tendo a mãe como precursora da idéia, decidem abandonar as crianças à própria sorte no meio da floresta, pois assim conseguiriam lidar melhor com sua pobreza sem presenciar o sofrimento dos filhos. Como em tantas histórias bastante famosas, a mulher é o ser abominável que influencia e convence o homem obediente e passivo. Neste caso, às vezes a mulher é descrita como mãe, às vezes como madrasta da criança. Ela é a responsável por cortar o "cordão umbilical" das crianças e jogá-los em um mundo totalmente desconhecido, apesar de a floresta ser ao lado da casa onde moravam. A pobreza e a privação são dadas como a causa de tão absurda atitude. Sim, digo absurda, pois estou aqui em minha casa, estou bem alimentada e bem agasalhada, então acho tal decisão totalmente absurda. Não sei o que a fome e miséria extrema podem levar um ser humano, que no caso estará desesperado, a fazer. Aliás, nem quero pensar no que um ser humano desesperado é capaz de fazer. O fato é que as crianças precisam se cuidar sozinhas após serem abandonadas. Eles correm grande perigo mais uma vez ao encontrar uma outra mulher bastante malvada, que chamam de bruxa, e que quer devorá-los. A felicidade das crianças só é possível quando as mulheres danadas morrem. A única mulher a não morrer na história é Maria, pois ela ainda é uma criança, sorte dela.

Fonte: http://pt.shvoong.com/books/short-story-novella/1899246-jo%C3%A3o-maria/

Um comentário:

  1. Sei lá, há uma chance de 50% de chances de ser a mulher a vilã mais vilã da história, não creio que há algum machismo nisso. E bruxas, até o Paulo Coelho, eram sempre mulheres pra mim...

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